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O Bem Comum e a Teoria dos Stakeholders

Author

Listed:
  • José António Varela

    (ISCTE-IUL)

  • Nelson António

    (ISCTE-IUL, BRU-IUL)

Abstract

As preocupações das empresas, sobretudo as maiores, quanto à ética dos seus comportamentos são, neste momento, aparentemente generalizadas, como evidenciam, por exemplo, o discurso que adoptam ou as iniciativas auto-reguladoras a que aderem. Para isso muito têm contribuído a reacção da sociedade aos sucessivos escândalos empresariais e a actividade de grupos de pressão organizados, que apelam a valores não financeiros. No entanto, o movimento da responsabilidade social nas empresas não parece ter alterado de forma profunda o modo como os negócios são entendidos, não só pelos próprios gestores e colaboradores, como também pela sociedade em geral, que encara aquele esforço com cepticismo e desconfiança. Esta realidade, bem como a situação presente de crise económica e financeira internacional, colocam em questão muitos dos pressupostos subjacentes à actividade económica, particularmente no que respeita aos objectivos e fim último das empresas. Com efeito, as concepções mais generalizadas e populares sobre a natureza da empresa reflectem as premissas da orientação exclusiva para os accionistas e da teoria da agência, com resultados que não parecem satisfatórios. A própria teoria dos stakeholders, que propõe a criação de valor para todas as partes interessadas e não apenas para o accionista, não tem provocado, na prática, o repensar da missão dos negócios e de como as empresas podem, de facto, assumir as suas responsabilidades sociais e contribuir para um mundo melhor. É neste contexto que surge a proposta da teoria da empresa baseada no princípio do bem comum, como contributo para colmatar as lacunas e insuficiências do modelo clássico da empresa e da teoria dos stakeholders, opondo-se ao primado do interesse egoísta de cada indivíduo, desligado de toda a sua envolvente social e comunitária. Porém, não só o conceito de bem comum tem sido largamente ignorado pelos estudiosos da gestão (Bettignies e Lepineux, 2005) como falar de bem comum é difícil, num contexto individualista e resistente à ideia de um bem que é partilhado e que não corresponde, no fundo, ao interesse camuflado de uma determinada elite (O’Brien, 2008) ou a uma mera distorção que ponha em causa a liberdade de cada indivíduo. Partindo da revisão da literatura sobre o princípio do bem comum e a sua relação com a teoria da empresa, a presente investigação tem como objectivo contribuir para uma definição do bem comum que seja possível operacionalizar pelas empresas. Para tal, considera-se que a ética das virtudes fornece condições para melhor definir o que é o “bem”, ao mesmo tempo que a corrente comunitarista apela para o sentido de algo que é “comum”, sem colocar em causa a liberdade individual.

Suggested Citation

  • José António Varela & Nelson António, 2012. "O Bem Comum e a Teoria dos Stakeholders," Working Papers Series 2 12-07, ISCTE-IUL, Business Research Unit (BRU-IUL).
  • Handle: RePEc:isc:iscwp2:bruwp1207
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