Comércio Justo como Estratégia de Internacionalização de Pequenos Negócios: Empoderamento para as Rendeiras da Arte Renascença no Semi-Árido Pernambucano

A pesquisa foi realizada com o fito de avaliar as reais possibilidades das mulheres que produzem rendas no agreste pernambucano virem a internacionalizar sua produção se beneficiando do comércio justo como forma de adquirir maior autonomia frente aos atravessadores que exploram naquela região a mão-de-obra local. A metodologia utilizada consistiu em repertoriar as principais dificuldades da comunidade rendeira nos municípios de Pesqueira, Poção e adjacências que respondem por mais de 80% da renda renascença produzida no Brasil e em contra-ponto, compreender, mediante pesquisa de campo, os mecanismos que regem o comércio justo na Europa, em particular na França, onde foram contactados no período de maio de 2008 à julho de 2009 inúmeros agentes atuando na comercialização de produtos do comércio alternativo. Em conclusão, descobriu-se que dentre os atores da filière équitable os principais influenciadores eram os importadores europeus que mantinham relações estreitas com as comunidades produtoras nos paises do Sul. Para as rendeiras do agreste, ficou claro que suas melhores chances em participar do movimento encontram-se na moda ética (peças confeccionadas com algodão orgânico) em plena expansão na Europa.