Resíduos sólidos urbanos no Brasil: a reciclagem no contexto da sustentabilidade

O aumento populacional e a elevada produção industrial contribuem para a crescente geração de resíduos sólidos e o aumento das dificuldades em seu gerenciamento, causando impactos ao meio ambiente e à sociedade, o que tem evidenciado a necessidade de buscar soluções alternativas que promovam o equilíbrio entre o crescimento econômico e a preservação socioambiental. O objetivo deste artigo foi realizar um estudo sobre a condição atual dos resíduos sólidos urbanos no Brasil e a viabilidade econômica e socioambiental do processo de reciclagem de resíduos sólidos, analisando este processo no contexto da sustentabilidade, a partir de dados oficiais da ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) e do CEMPRE (Compromisso Empresarial para Reciclagem). O Brasil apresenta elevada geração de resíduos sólidos urbanos, com 78 milhões de toneladas de resíduos sólidos apenas no ano de 2017, sendo as regiões mais populosas as principais geradoras. Quanto à coleta seletiva, o papel e papelão, seguido do plástico, são os recicláveis mais presentes, o que representa 22 e 13% do total coletado, respectivamente. Esta coleta tem relação direta com a reciclagem e apresenta uma tendência de crescimento nos últimos anos, no entanto, ainda de forma discreta no Brasil, atendendo a apenas 17% da população brasileira e 22% dos municípios brasileiros até o ano de 2018. Os resultados encontrados neste trabalho mostram que o quadro atual de resíduos sólidos no Brasil requer maior atenção e investimentos. A reciclagem é considerada uma alternativa viável para promover o desenvolvimento sustentável no país, por ser uma opção que atende aos aspectos econômico, ambiental e social, por promover preservação ambiental, inclusão social e geração de emprego e renda.