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Divergências de concepções conceituais sobre funk e cultura

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  • Tatiane Lima de Paiva
  • Thaynã Davilla Savio

Abstract

Nos últimos tempos a pluralidade cultural do país — e do mundo — tem sido ressaltada continuamente nas mídias nacionais e internacionais. No entanto, tal afirmativa não quer dizer que essa enorme diversidade seja aceita ou respeitada por todos. Todavia resta muito a ser feito para que a diversidade cultural seja compreendida e respeitada pela maioria da população brasileira — e de outras partes do mundo. O modo de viver, a mudança de hábitos, o acesso à informação, a mundialização (ORTIZ, 1994), entre tantos outros fatos que ocorrem ininterruptamente nos tempos atuais nos impulsionam a repensar conceitos e atitudes em relação ao modo como pensamos a sociedade e tudo que está relacionado a ela. Propomos expor aqui uma discussão em torno de um ritmo musical ouvido por parte da população brasileira: o funk, que, embora seja constante nas rádios e mídias brasileiras, não é reconhecido como cultura e/ou patrimônio cultural. Desta forma, objetivamos neste artigo verificar quais conceitos de cultura estão subjacentes nos textos explícitos através de comentários publicados por usuários em duas redes sociais: youtube e facebook. Para isto, primeiramente faremos uma breve discussão sobre o conceito de cultura, diversificando os pontos de vista através de diferentes autores. Posteriormente, estabeleceremos uma relação entre o levantamento teórico e as manifestações levantadas nestas redes sociais. Ao final desta análise, com o auxílio de alguns autores, acrescentaremos a esta discussão a importância da interculturalidade e da hibridação neste contexto atual. Esperamos, com isso, obter um pequeno diagnóstico sobre a tolerância e o respeito, exercidos ou não, frente às diferenças de gostos, opiniões e entre culturas. Afinal, compartilhamos com Hall (2006) a opinião de que toda forma de expressão musical é cultura. Para conceituar o termo cultura nos pautaremos em Marilda do Couto Cavalcanti (2009), Terezinha Machado Maher (2009), Vera Maria Candau (2008) e Néstor García Canclini (2001). Já a opção pela utilização de análise dos comentários publicados pelos usuários do youtube e do facebook se deu pela possibilidade de observação de crenças e atitudes expressadas pelos participantes/usuários nestes ciberespaços em relação ao estilo musical funk, associando-o à cultura brasileira, seja de modo positivo ou negativo. partilhamos do entendimento de que a cultura é algo extremamente mutável, permeável (não se pode falar em cultura única) e que reflete a vivência de um grupo de pessoas, ainda que este grupo não seja o dominante. A consequência disto é que, pelo fato de estas manifestações culturais emanarem de uma parcela menos favorecida, são minimizadas e dispensadas, na concepção antiga e equivocada que cultura é sinônimo de refiidnto, ou seja, que pobre não tem e nem pode fazer cultura. Mas assim como não podemos classificar a cultura também não podemos classificar um ritmo musical em sendo melhor que outro. A música, em nossa concepção, deve ser vista como forma de integração, hibridação e interculturalidade, pois expressam a diversidade de vários indivíduos pertencentes a uma ou muitas sociedades.

Suggested Citation

  • Tatiane Lima de Paiva & Thaynã Davilla Savio, 2018. "Divergências de concepções conceituais sobre funk e cultura," Contribuciones a las Ciencias Sociales, Servicios Académicos Intercontinentales SL. Hasta 31/12/2022, issue 2018-01, January.
  • Handle: RePEc:erv:coccss:y:2018:i:2018-01:42
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    Keywords

    funk e cultura.;

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