Educação: desafios globais e amazônicos

Os problemas gerados pelo liberalismo em todo o mundo começaram a ser enfrentados desde o início dos anos 1980. O capitalismo disseminou o desenvolvimento insustentável, no qual o meio ambiente, os recursos naturais e a qualidade de vida das pessoas têm sido prejudicados; privilegiando a economia, o capitalismo tem aumentado as desigualdades socioeconômicas, privilegiado os ganhos do capital e não consegue diminuir o nível de desemprego do fator trabalho. O surgimento de um conjunto de ideias, ou uma doutrina como opção para diminuir os problemas socioeconômicos, culturais e políticos das sociedades capitalistas, denominada neoliberalismo, continua em fase de construção. O neoliberalismo traz na sua estrutura as propostas de Estado-mínimo, globalização e desenvolvimento sustentável, onde o meio ambiente e os recursos naturais precisam de racionalidade nos seus usos. Especificamente na área da Educação, propõem-se além da valorização das ciências e da cultura científica, também a valorização dos diversos saberes e conhecimentos possuídos pelas pessoas, ou seja, valorização da cultura de humanidades. A Educação deve ser revisada, de forma a considerar os conhecimentos situados no contexto histórico, social, cultural e político das pessoas. A Educação é uma das vias estratégicas a ser utilizada na reparação dos danos causados pelo modelo de desenvolvimento – capitalismo – praticado até agora; além disso, a Educação pode favorecer o surgimento da cultura da sustentabilidade, nos processos que buscam a elevação da qualidade de vida das pessoas. Há uma necessidade urgente de cuidar das especificidades existentes entre as identidades culturais de cada lugar, como é o caso da Amazônia, cuja relação com o processo de globalização é dinâmico e enérgico, enquanto apresenta leituras e releituras das características culturais, ambientais, sociais e econômicas, as quais tendem a alterar e serem alteradas durante as interações com a globalização.