Editorial

Este número da RAC contém sete trabalhos na seção artigos. O de Jorge Manoel Teixeira Carneiro e outros discute as opiniões de diversos autores sobre as estratégias genéricas desenvolvidas por Michael Porter, destacando críticas e refinamentos à tipologia e incluindo análise da evolução do pensamento do próprio Porter em que se busca demonstrar como vem detalhando e redefinindo o foco de seu objeto de estudo. Carlos Machado-Santos e Manuel José da Rocha Armada analisam o desempenho de gestores com base em uma amostra de seis fundos de investimento mobiliário para o mercado português nos quais os retornos globais foram positivos. Péricles José Pires e Renato Zancan Marchetti apresentam os resultados de pesquisa realizada para identificar o perfil dos usuários dos caixas-automáticos em agências bancárias de Curitiba, Estado do Paraná. Mozar José de Brito e outros avaliam a influência da tecnologia da informação na estratégia de uma cooperativa de cafeicultores a partir da informatização das operações internas e atualização de preços do café no mercado internacional. Luciel Henrique de Oliveira realiza estudo de caso também em cooperativa de café, apresentando um Sistema de Informações Gerenciais que integra a gestão de estoques com o gerenciamento de custos de café por qualidade, por meio do Custeio Baseado em Atividades. Fernando César Almada Santos e outros procuram demonstrar como programas de recursos humanos podem contribuir para a efetividade de programas de qualidade total mediante pesquisa exploratória em quatro empresas manufatureiras líderes em seus mercados, e de médio e grande porte da região central do Estado de São Paulo. Por fim, Grace Vieira Becker e Roberto Lima Ruas apresentam resultado de estudo exploratório-descritivo realizado em quatro indústrias do Estado do Rio Grande do Sul em que analisam os Planos de Participação nos Lucros e Resultados como estratégia de gestão de recursos humanos que pode elicitar maior comprometimento do trabalhador.O texto que consta da seção documento foi solicitado a Peter Spink, visando a dar continuidade ao debate sobre Mestrado Profissional que se iniciou no número precedente. Spink prontamente atendeu o convite de apresentar breves considerações sobre o tema, em face da sua relevância no atual cenário da pós-graduação stricto sensu em Administração no Brasil. A leitura do texto deve provocar uma série de reflexões importantes para todos os envolvidos com o mestrado e o doutorado no país. Ao situar a problemática da dissertação de mestrado, em geral, e do mestrado profissional, em particular, no contexto mais amplo de concepções alternativas de conjuntos de pós-graduação stricto sensu como sistemas articulados em que os diversos níveis e opções de forma devem guardar coerência interna, o autor propicia que se pense melhor a questão ao mesmo tempo que reforça a necessidade de debate franco a respeito. Sem dúvida vale a pena colocar em debate os conceitos de construção de conhecimento, "saber como" e "saber por que" em relação aos diversos níveis e formas de pós-graduação no atual cenário brasileiro de pressões transformadoras, tanto oficiais quanto não-oficiais.Em suma, espera-se que a composição deste número atenda à expectativa dos leitores da RAC.