Análise Comparativa Das Regiões Portuguesas Face Ao Investimento Directo Brasileiro

As empresas brasileiras estão a ter cada vez mais relevo no cenário mundial. Neste contexto é que insere-se Portugal como hospedeiro do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) brasileiro. As relações económicas luso-brasileiras sempre foram motivos de estudos, e a partir dos anos 90 houve uma dinamização dos fluxos de IDE bilaterais. O presente artigo trata, através de entrevistas com os seus membros directores, das motivações das empresas brasileiras em Portugal para instalarem-se nas diferentes regiões deste país. Em primeiro lugar, far-se-á uma introdução sobre o IDE e as empresas multinacionais (MNEs). Em segundo lugar, descrever-se-á o actual estágio do investimento directo brasileiro no exterior (IDBE), sob a base da globalização e do crescimento dos países emergentes como investidores internacionais. Com a estabilização económica do Brasil a partir do Plano Real, as empresas brasileiras começaram o movimento sistemático de IDE, sendo que em 2006, o IDE brasileiro no exterior ultrapassou os fluxos de IDE das empresas estrangeiras no Brasil. Em terceiro lugar, enfocar-se-á a evolução do IDE do Brasil em Portugal (IDBP), bem como dos países emergentes neste país. Logo após, far-se-á uma análise comparativa dos determinantes do IDBP nas regiões de Portugal, através de factores como os sectores envolvidos, os benefícios do IDE brasileiro, o retorno sobre o investimento, a influência da afinidade cultural, e a importância da localização Portugal para a estratégia global das empresas. Conclui-se que as empresas brasileiras estão satisfeitas com o investimento regiões de Lisboa e do Porto, mas não tanto na região da Beira.